domingo, 18 de dezembro de 2016

A Besta Emerge do Mar (Apocalipse 13:1-10)


A Besta Emerge do Mar (Apocalipse 13:1-10)
No capítulo 13, conhecemos os dois principais aliados do dragão. No estudo deste capítulo (esta lição e a próxima), devemos lembrar que a mensagem foi revelada aos cristãos do primeiro século, especificamente aos discípulos na Ásia que viviam sob o domínio romano. Ligando esta personagem com as profecias de Daniel, podemos ver o poder do governo romano para perseguir os santos. Na identificação desta besta e dos demais aliados, percebemos que o poder do diabo contra os cristãos que receberam o Apocalipse foi exercido por meio de forças humanas.

13:1 – Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.
Vi emergir do mar: O mar, aqui, traz o mesmo significado de várias passagens do Velho Testamento. Ele representa as nações ou a sociedade humana. Em Salmo 65:7, o “rugir dos mares” é igual ao “tumulto das gentes”. Outras passagens usam a mesma linguagem: “Ai do bramido dos grandes povos que bramam como bramam os mares, e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas águas!” (Isaías 17:12). “Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo” (Isaías 57:20). “...a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações virão a ter contigo” (Isaías 60:5). Jeremias falou do castigo da Babilônia, o poder imperial de sua época que dependia das nações que ela dominava: “Ó tu que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza” (Jeremias 51:13). Quando povos sujeitos se rebelaram contra o império, a Babilônia foi inundada pelo mar: “Como se tornou Babilônia objeto de espanto entre as nações! O mar é vindo sobre Babilônia, coberta está com o tumulto das suas ondas.... porque o SENHOR destrói Babilônia e faz perecer nela a sua grande voz; bramarão as ondas do inimigo como muitas águas, ouvir-se-á o tumulto da sua voz” (Jeremias 51:41-42,55). Esta besta surge do mar. Ela acha sua base de poder nas nações, na sociedade dos ímpios. Observe o contraste entre este servo do diabo que sobe do mar, e o anjo forte de Deus que desceu do céu e ficou em pé sobre a terra e o mar (10:1-2).
Esse entendimento é apoiado pelo trecho do Antigo Testamento mais importante na interpretação da besta do mar – Daniel 7. A visão de Daniel começa com esta descrição: “Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar” (Daniel 7:2-3). Veremos mais sobre os quatro animais nos comentários sobre os próximos versículos. Por enquanto, precisamos observar que o mar, mais uma vez, representa as nações ou os povos, especialmente o mundo dos ímpios.
Uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças: O significado dos chifres e das cabeças será explicado em mais detalhes no capítulo 17. Podemos ver a força ou o poder da besta nos chifres, e a sua inteligência ou astúcia nas cabeças. Nesta descrição, já notamos a semelhança da besta com o dragão (12:3). O poder desta besta depende do diabo, o Adversário do povo de Deus.
Sobre os chifres, dez diademas: O dragão tem diademas sobre as sete cabeças. A besta tem diademas sobre os chifres, que serão identificados como reis que reinariam com a besta por pouco tempo (17:12).
Sobre as cabeças, nomes de blasfêmia: A besta é inimiga de Deus e do povo do Senhor. Exalta-se contra Deus com arrogância, mostrando nomes de blasfêmia e irreverência. Como as cabeças serão identificadas como reis (17:9), entendemos a arrogância de reis que se exaltam contra Deus, até aceitando a adoração como deuses. Veremos neste e nos próximos capítulos mais evidências que estes reis sejam imperadores romanos.

13:2 – A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade.
A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão: Este versículo ajuda a entender a aplicação principal do livro para os leitores originais. Esta descrição da besta do mar tem uma forte ligação, obviamente, com Daniel 7. Antes de continuar aqui, voltemos a observar alguns fatos importantes nessa profecia de Daniel, uma visão que o profeta teve no sexto século a.C., perto do final do império babilônico. Como na profecia anterior relatada em Daniel 2, esta falou de quatro reinos. Três destes reinos são identificados por nome em Daniel (comparando capítulos 2, 7 e 8):
Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia. O quarto reino não é chamado por seu nome, mas os outros detalhes das profecias e da história nos levam a conclusão de que seja Roma.
Daniel viu quatro animais subirem do mar. Entre outras características, ele descreveu traços de leão, urso, leopardo e um animal diferente, terrível e feroz com 10 chifres. Os quatro animais se levantaram numa sucessão, representando os quatro impérios já citados.
Eu acredito que Daniel e João viram os mesmos monstros, mas de pontos de vista bem diferentes. Quando João teve sua visão, a boa parte da mensagem de Daniel já havia sido cumprida. Os primeiros três reinos já haviam caído, e o quarto, Roma, dominava o mundo. Da perspectiva de João, uma única besta tinha características de todos os animais que Daniel viu mais de 600 anos antes. É como se o urso tivesse devorado o leão, assim incorporando alguns traços deste. Quando o leopardo devorou o urso, assumiu algumas características dos dois. Por último, o animal terrível e diferente devorou o leopardo, e passou a refletir algumas qualidades de todos os predecessores. Daniel viu os quatro animais como indivíduos. Ele disse que perderiam o seu domínio, mas que ainda viveriam por algum tempo (Daniel 7:12). João viu uma só besta com algumas características dos impérios anteriores. Continuam vivos porque fazem parte do quarto. Assim, João cita os mesmos animais do mais recente (o reino atual quando ele escreveu) ao mais antigo.
Daniel profetizou sobre os quatro reinos, mas enfatizou o estabelecimento do domínio do Senhor na época do quarto. Disse que o quarto reino, e especificamente o seu décimo rei, seria um reino blasfemador que perseguiria os santos “por um tempo, dois tempos e a metade de um tempo”, antes da vitória total dos “santos do Altíssimo” (Daniel 7:23-27).
A mensagem de João nos próximos capítulos é uma atualização e ampliação da profecia de Daniel. Ele não precisa falar sobre os primeiros três reinos, pois já passaram. Ele escreveu aos santos que viviam na época do quarto animal, a besta do mar, o império romano. Os cristãos que receberam o Apocalipse veriam logo o décimo rei se levantar contra os fiéis. Eles precisavam do consolo de saber que a profecia de Daniel não havia falhado, e que a vitória final viria logo depois da angústia iminente.
E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade: Há uma ligação fundamental entre o poder do império romano e o diabo. O poder do grande e irreverente perseguidor na terra vem de Satanás. O governo romano se tornou um instrumento na mão do dragão quando este foi pelejar com os descendentes da mulher (12:17). Nos aspectos espirituais de sua batalha, ele teve o apoio de seus gafanhotos e anjos. Na batalha terrestre, ele conta com o apoio do poder governante, o próprio império romano. Em qualquer situação, ele age na esfera limitada pelo domínio absoluto de Deus.

13:3 – Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta;
Vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada: As cabeças são reis (17:9). Um dos reis foi golpeado de morte. Este golpe mortal atinge a besta (13:12) e seu poder de perseguir e destruir os santos. Considerando as cabeças como reis da besta ou império perseguidor, a morte de uma cabeça seria o fim da perseguição daquele rei, talvez pela morte do próprio imperador. Quando surgir um outro rei perseguidor, seria como a cura da ferida da besta. Como já comentamos que esta visão é explicada melhor no capítulo 17, veremos que cinco reis já caíram, e que João escreveu antes de emergir um oitavo rei “que procede dos sete” (17:11). A força perseguidora diminuiu, temporariamente, mas ainda surgiria com grande intensidade, como se fosse a ressurreição da cabeça opressora.
E toda a terra se maravilhou, seguindo a besta: Demonstrações de poder ganham a admiração do mundo. As pessoas podem ser persuadidas pela autoridade de líderes, governos, etc., ou podem simplesmente seguir por intimidação, por causa do medo do poder dos dominadores. O poder de realmente ressuscitar os mortos pertence a Deus, não ao diabo. Mas, ele pode enganar pessoas “com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2 Tessalonicenses 2:9-10). Neste caso, não precisa ressuscitar uma pessoa; ele apenas dá nova vida à causa do governo maligno na perseguição dos santos. O mundo acha que a besta ganhará, e se maravilha. Foi isso que aconteceu no intervalo antes da sétima trombeta. A besta mostrou seu poder e o mundo participou da festa. Infelizmente para eles, a festa não durou (11:7-13).

13:4 – e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?
E adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta: Para o mundo, demonstrações de poder são provas do favor de um deus e, por isso, motivos para louvá-lo (Juízes 16:23-24). Qualquer vitória pode ser interpretada como evidência da impotência do “deus” do inimigo (Isaías 36:18-20). A besta recebeu seu poder do dragão, até dando nova vida ao poder perseguidor. O mundo admira tal poder e adora o dragão.
Também adoraram a besta: A própria besta, o governo romano, recebe a adoração do povo.
Quem é semelhante à besta?: Que blasfêmia! O salmista disse ao Senhor: “Ora, a tua justiça, ó Deus, se eleva até aos céus. Grandes coisas tem feito, ó Deus; quem é semelhante a ti?” (Salmo 71:19). São palavras de exaltação devidamente oferecidas a Deus. Mas as mesmas palavras, aplicadas à besta, são blasfêmia inegável.
O contraste nos conflitos no Apocalipse é claro. Na batalha no céu, o exército dos fiéis é liderado por Miguel, cujo nome quer dizer “Quem é semelhante a Deus?” (12:7). Mas os povos do mundo, tão impressionados com o poder imperial, negam o poder de Deus e perguntam: “Quem é semelhante à besta?”.
Quem pode pelejar contra ela?: Para os cristãos que receberam este livro, a resposta seria fácil. A besta recebe seu poder do dragão, e o dragão foi claramente derrotado nas batalhas do capítulo 12. Os vencedores daquele capítulo podem não somente pelejar, mas certamente podem vencer!
Mas os povos que admiram a besta não enxergam a luz da revelação dada aos servos do Senhor. Para eles, não há poder superior ao do diabo. Suas palavras arrogantes são um desafio que será respondido nos próximos capítulos, da mesma maneira que o desafio de Rabsaqué foi respondido pelo poder de Deus (2 Reis 18-19).

13:5 – Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses;
Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias: Novamente, o texto mostra a arrogância da besta. Ela tem nomes de blasfêmia nas cabeças (13:1) e recebe a adoração dos povos (13:4). Aqui, ela tem condições de se exaltar e de falar blasfêmias.
E autoridade para agir quarenta e dois meses: A imagem da besta é assustadora. O poder dela é tão grande que a terra toda vai atrás, dando-lhe honra. O mundo pode ser enganado, mas os leitores do Apocalipse sabem que o poder dela é limitado pelo mesmo Senhor que já venceu o dragão. Ela terá autoridade para agir por um tempo limitado (42 meses – veja 11:2).

13:6 – e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.
E abriu a boca em blasfêmias contra Deus: A ousadia da besta não tem limites. Ela abre a boca para falar contra o próprio Senhor. O décimo primeiro rei de Daniel 7:24-25 faria isso. Vamos ver ainda a relação entre aquele rei e a besta do mar.
Para lhe difamar o nome: O nome representa a pessoa. O nome de Jesus salva no sentido que o próprio Jesus salva (Atos 4:12; 13:23). Difamar o nome de Deus é atacar o próprio Senhor.
 
E difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu: Difama, também, o povo de Deus. O tabernáculo aqui não é uma estrutura material (nem o tabernáculo, nem o templo). É o povo de Deus, os que habitam no céu. [Veja o comentário ao lado sobre os que habitam no céu e os que habitam na terra.]

13:7 – Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação;
Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse: Já tivemos uma previsão disso no vislumbre do trabalho da besta em 11:7. Ainda teremos descrições mais completas destas pelejas nos próximos capítulos. Aqui o comentário é rápido. A besta luta contra os santos e é vitoriosa. Da mesma maneira que o capítulo 11 nos avisou do ataque e até da vitória da besta, o mesmo capítulo nos assegura que a história não termina aqui. A besta vence . . . por enquanto!
Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação: Como sempre, a autoridade do diabo e dos seus servos é limitada pelo poder superior de Deus. A besta recebeu permissão para dominar os povos ímpios. Mas a autoridade da besta, como a do próprio dragão, é definida pelo Soberano Deus (Daniel 4:32).

13:8 – e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra: Quando a besta matou as duas testemunhas, os povos fizeram sua festa de vitória (11:7-10). Aqui ela se pôs contra Deus e contra o povo do Senhor, e o mundo dá louvor à besta.
Aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida: Como observamos acima, os habitantes da terra, aqui, são os ímpios. O contraste entre esta categoria e “os que habitam no céu” é evidente. Sobre o significado do “Livro da Vida”, veja os comentários em 3:5.
Do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo: A besta pode exercer autoridade sobre tribos, povos e nações. Ela pode ser adorada pelos ímpios. Pode pelejar contra os santos e os vencer. Mas o Livro da Vida está no poder do Cordeiro (veja comentário sobre o Cordeiro em 5:6). Como foi frisado na visão das duas testemunhas no intervalo no capítulo 11, o poder do diabo e de seus aliados não vai além da morte. Podem pelejar, vencer e matar. Mas o Livro da Vida e o poder para garantir a ressurreição e a vida eterna pertencem exclusivamente ao Senhor. O Cordeiro tira pecados e salva os fiéis das consequências do pecado. Ele foi morto, conforme o plano eterno de Deus (Efésios 1:3-8), para a salvação dos homens. Ele foi morto, mas está vivo (1:18; 5:6). Mostrou seu poder sobre a morte e garante a vida eterna aos santos fiéis.
13:9 – Se alguém tem ouvidos, ouça.
Se alguém tem ouvidos, ouça: Preste atenção. É importante! Esta frase aparece oito vezes no livro – em cada uma das cartas às sete igrejas e aqui. Sempre tem o propósito de chamar atenção à mensagem do Senhor, e incentivar os ouvintes a tomarem a decisão certa em resposta à palavra. O versículo que segue contém uma mensagem que oferece consolo para os santos, conforme a conduta deles. É importante prestar atenção.

13:10 – Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.
Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada: Há diversas interpretações deste versículo, mas parece mais provável que o Senhor esteja falando aqui sobre os perseguidores – aqueles que prendem ou até matam os santos. Entendido desta maneira, seria uma promessa de vingança contra os opressores. Aqueles que levam os outros ao cativeiro ou que usam a espada para matar, sofrerão os mesmos castigos. Quando a besta se levantou no capítulo 11 para matar as duas testemunhas, a sua vitória durou pouco tempo e a cena se encerra com o sofrimento dos inimigos que se regozijavam com a morte dos servos fiéis. Aqui, também, a besta se levanta para pelejar contra os santos, e conta com a ajuda dos ímpios. Mas quem participar desta perseguição, prendendo e matando os santos, enfrentará a vingança justa.
Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos: A promessa da justiça divina traz conforto aos fiéis. Em termos gerais, os fiéis são perturbados pela injustiça do mundo, e aguardam o dia de acerto quando a justiça de Deus prevalecerá. Assim Ló achou livramento na destruição de Sodoma (2 Pedro 2:7), e as águas do dilúvio serviam de instrumento de salvação para Noé (1 Pedro 3:20). Homens justos, no Velho Testamento, pediam a justiça de Deus sobre os ímpios: “Até quando, SENHOR, ficarás olhando? Livra-me a alma das violências deles...” (Salmo 35:17); “Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará? Acaso, blasfemará o inimigo incessantemente o teu nome?” (Salmo 74:10); “Até quando, SENHOR, os perversos, até quando exultarão os perversos? ... Esmagam o teu povo, SENHOR, e oprimem a tua herança” (Salmo 94:3-5); “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” (Habacuque-1:2). Veja outros exemplos em Salmos 6:3-8,10; 13:1-6. Esta mesma preocupação estava nas mentes dos servos de Deus no Apocalipse: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (6:10). As promessas no Apocalipse de sofrimento por tempo limitado seguido por vitória total servem para confortar os santos e ajudá-los a perseverarem. A besta emergirá do mar, mas a vitória é dos servos do Senhor.

Conclusão
O diabo não desiste. Depois da série de derrotas no capítulo 12, ele esperou na praia para a chegada da besta do mar, um dos aliados dele. Quando ouviram a descrição da besta do mar, os conhecedores do Velho Testamento perceberiam a gravidade de sua situação. O dragão conta com o apoio de uma besta que junta toda a maldade e ferocidade dos impérios dos últimos seis séculos! O mundo pode ser enganado, achando a besta invencível e incomparável. Mas os fiéis sabem que ela não se compara a Deus, e acham consolo na confiança da vitória final sobre a besta, sobre o dragão e sobre quaisquer outros aliados deles. “Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.”



 http://www.estudosdabiblia.net/b09_22.htm. Acesso em 18/122016 às 23hs10

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Os Sete Trovões e o Livrinho...

Os Sete Trovões e o Livrinho (Apocalipse 10:1-11)

Novamente, uma série de sete é interrompida por um intervalo. Entre o sexto e o sétimo selos, houve um intervalo para assegurar os fiéis da proteção divina (capítulo 7). Agora, entre a sexta e a sétima trombetas, Deus oferece outras mensagens de consolação aos seus servos numa série de cenas no intervalo nos capítulos 10 e 11.

10:1 – Vi outro anjo forte descendo do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de sua cabeça; o rosto era como o sol, e as pernas, como colunas de fogo;

Vi outro anjo forte descendo do céu: Três anjos fortes aparecem no Apocalipse. O primeiro procurou alguém para abrir o livro que estava na mão direita de Deus (5:2). O terceiro anunciará, com um gesto dramático, a queda da Babilônia (18:21). O segundo, aqui no capítulo 10, desce com a glória do céu trazendo um livrinho aberto e as vozes dos sete trovões.
Alguns comentaristas acreditam que este anjo forte seja o próprio Jesus, pois algumas características nos lembram a descrição de Jesus no capítulo 1. Embora não haja provas desta interpretação, claramente o anjo forte vem do céu com a glória celestial e traz a revelação de Deus.
Envolto em nuvem: Desde a primeira vez que nuvens aparecem na Bíblia (Gênesis 9:13-16), há uma forte ligação entre elas e as demonstrações da glória e poder de Deus. Nuvens são citadas mais de cem vezes no Velho Testamento, frequentemente em relação à aparições de Deus ou demonstrações do poder de Deus. Considere alguns exemplos: “O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho” (Êxodo 13:21). “Disse o SENHOR a Moisés: Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que o povo ouça quando eu falar contigo.... Ao amanhecer do terceiro dia, houve trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor de trombeta, de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu” (Êxodo 19:9,16). “E a glória do SENHOR pousou sobre o monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; ao sétimo dia, do meio da nuvem chamou o SENHOR a Moisés” (Êxodo 24:16). “Então, disse Salomão: O SENHOR declarou que habitaria em nuvem espessa!” (2 Crônicas 6:1). Nuvens representam a justiça de Deus e a sua vinda para julgar: “Nuvens e escuridão o rodeiam, justiça e juízo são a base do seu trono” (Salmo 97:2). “Sentença contra o Egito. Eis que o SENHOR, cavalgando uma nuvem ligeira, vem ao Egito...” (Isaías 19:1). “Eis o nome do SENHOR vem de longe, ardendo na sua ira, no meio de espessas nuvens; os seus lábios estão cheios de indignação, e a sua língua é como fogo devorador” (Isaías 30:27). Podemos ver a semelhança entre a descrição da vinda do anjo forte neste texto e a aparição da glória do Senhor em Ezequiel 1:4-5,26-28. Daniel descreveu uma das suas visões desta maneira: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem” (Daniel 7:13). Naum fala sobre a soberania de Deus: “O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés” (Naum 1:3).
A grande maioria dos mais de 20 versículos no Novo Testamento que usam esta palavra se refere, também, a Deus ou à manifestação de sua glória ou poder. No monte da transfiguração, “Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (Mateus 17:5). Quando Jesus profetizou a destruição de Jerusalém pelos romanos, ele disse: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória” (Mateus 24:30). Quando Jesus avisou o Sinédrio sobre o iminente julgamento dos judeus rebeldes, ele usou linguagem semelhante: “Eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Mateus 26:64). Os fiéis encontrarão Jesus nas nuvens (1 Tessalonicenses 4:17). O Apocalipse abre com a aparição divina nas nuvens: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente. Amém!” (1:7).
Os outros aspectos da aparição deste anjo forte reforçam a origem celestial da sua mensagem:
Com o arco-íris por cima de sua cabeça: Deus usou o arco-íris para selar a sua aliança com os homens depois do dilúvio (Gênesis 9:12-13,16). Na visão de João do trono de Deus, houve um arco-íris ao redor do trono (4:3).
O rosto era como o sol: A luz brilhante da glória de Deus. A luz da presença de Deus é mais forte do que o próprio sol (Isaías 60:19-20). Malaquias mistura os temas de castigo e consolação quando nasce o sol da justiça: “Pois eis que vem o dia e arde como fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o restolho; o dia que vem os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que não lhes deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós outros que temeis o meu nome nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (Malaquias 4:1-2). O brilho do sol é refletido nos servos do Senhor. “Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (Mateus 13:43; veja 2 Coríntios 3:18).
E as pernas, como colunas de fogo: A perna ou pé na descrição dos quatro seres viventes, ou querubins, na visão de Ezequiel, “luzia como o brilho de bronze polido” (Ezequiel 1:7; veja a descrição dos pés de Jesus – Apocalipse 1:15).

10:2 – e tinha na mão um livrinho aberto. Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo, sobre a terra,

E tinha na mão um livrinho aberto: Vamos ver o significado deste livrinho nos versículos 9-11. Aqui, observamos algumas diferenças entre este livrinho e o livro do capítulo 5: 1. Este é um livrinho, mas Jesus recebeu um livro (maior) da mão de Deus. 2. O livrinho está na mão do anjo que desceu do céu, não na mão de Deus no trono. 3. O livrinho está aberto e, assim, não precisa de uma pessoa “digna” para abri-lo; o livro estava selado com sete selos e podia ser aberto somente pelo Leão/Cordeiro.
Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo, sobre a terra: Imagine o tamanho e o poder deste anjo forte! Pode colocar os pés sobre a terra e o mar, assim mostrando domínio sobre o mundo inteiro. Daqui a pouco, bestas vão subir do mar e da terra (13:1,11). Antes de ver esses servos do diabo emergirem, Deus nos lembra que o anjo dele tem poder superior a toda a força de Satanás e de seus servos.

10:3 – e bradou em grande voz, como ruge um leão, e, quando bradou, desferiram os sete trovões as suas próprias vozes.

E bradou em grande voz, como ruge um leão: O anjo forte em 5:2 fez sua proclamação em grande voz. O segundo anjo forte, também, tem voz forte, como a de leão. O leão claramente representa a força da voz deste anjo. “O leão, o mais forte entre os animais, que por ninguém torna atrás” (Provérbios 30:30; veja Isaías 21:8; Jeremias 25:30; Oséias 11:10).
Desferiram os sete trovões as suas próprias vozes: Agora chegamos a mais uma série de sete – os sete trovões. Com toda a força da voz que vem do céu, eles proclamam mais uma parte da vontade de Deus. Por diversas vezes nas Escrituras, trovões acompanham os castigos enviados por Deus. A sétima praga no Egito incluiu trovões, chuva de pedras e fogo (Êxodo 9:23-34). Deus pelejou contra os filisteus com seus trovões (1 Samuel 7:10).

10:4 – Logo que falaram os sete trovões, eu ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, dizendo: Guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram e não as 
escrevas.

Logo que falaram os sete trovões, eu ia escrever: Obediente às instruções recebidas no início do livro (1:19), João prepara-se para relatar as mensagens dos sete trovões.
Mas ouvi uma voz do céu, dizendo: Guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram: A instrução geral de 1:19 é suplantada pela ordem mais específica dada aqui. A voz vem do céu, e João é obrigado a obedecê-la – Não escreva as coisas que os trovões falaram. Num livro com o propósito de revelar, por que guardar em segredo as mensagens que Deus enviou nos trovões? Devemos observar, pelo menos, dois motivos: 1. Em geral, Deus não revela tudo aos homens, e não teríamos a capacidade de compreender todos os pensamentos sublimes de Deus (Isaías 55:8-9). Moisés disse que Deus revela o que precisamos para saber como servi-lo (Deuteronômio 29:29). João disse que o registro da vida de Cristo inclui uma pequena parte de tudo que Jesus fez, mas que foram relatadas as coisas necessárias para criar fé nos leitores (João 21:24-25; 20:30-31). 2. Quando se trata da proteção dos fiéis, Deus faz muito mais do que ele mostra ao homem. De vez em quando, ele abre a cortina para revelar alguma batalha nas regiões celestiais, para nos confortar com o fato de ele estar constantemente lutando a favor dos servos. Antes da batalha de Jericó, o príncipe do exército do Senhor apareceu a Josué (Josué 5:13-15). Eliseu pediu que Deus mostrasse ao seu ajudante o exército do céu que os protegia dos siros (2 Reis 6:15-16). Daniel foi consolado por um mensageiro que explicou que estava ocupado com a guerra contra o príncipe da Pérsia (Daniel 10:12-21). Os cristãos primitivos enfrentaram perseguições, mas recebiam, às vezes, confirmações do poder ativo de Deus lutando a favor deles (Atos 4:23-31). Romanos 8 enfatiza o papel ativo do Pai, do Filho e do Espírito Santo a nosso favor. E não é isso o que o Apocalipse ensina? O homem na terra pode ver o que acontece aqui, mas Deus e seus servos fazem muito mais, nas regiões celestiais, para ajudá-lo (Efésios 6:12).

10:5-6 – Então, o anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita para o céu  e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe: Já não haverá demora,

O anjo ... levantou a mão direita ... e jurou...: Se precisa guardar em segredo as palavras dos trovões, será que o cumprimento será adiado? O juramento do anjo responde imediatamente a esta possível dúvida. Ele levanta a mão direita (veja Daniel 12:7) e jura pelo eterno Deus. Não há dúvida! Mesmo sem revelar todos os pormenores, a palavra de Deus será cumprida.
Já não haverá demora: Novamente, encontramos uma referência ao tempo de cumprimento que promete que as coisas profetizadas aqui aconteceriam em breve (veja, também, 1:1-3; 22:6-7,10,12,20). As muitas interpretações que sugerem que quase tudo no Apocalipse ainda acontecerá, mais de 1.900 anos depois de João, simplesmente contradizem a palavra do Senhor.

10:7 – mas, nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, o mistério de Deus, segundo ele anunciou aos seus servos, os profetas.

Nos dias da voz do sétimo anjo: Reforçando ainda mais a iminência do cumprimento do mistério de Deus, este anjo que domina a terra e o mar olha para a sétima trombeta. As primeiras seis já passaram. Não será necessário esperar muito, porque a sétima já trará o cumprimento esperado pelos santos perseguidos.
O mistério de Deus, segundo ele anunciou aos seus servos, os profetas: A palavra mistério, na Bíblia, refere-se a coisas ocultas, frequentemente à palavra de Deus outrora oculta e agora revelada. No Velho Testamento, o único livro que usa a palavra mistério é Daniel. A revelação do sonho de Nabucodonosor, no qual o servo de Deus profetizou sobre a missão do Cristo em estabelecer o reino do céu durante o período romano, usa a palavra “mistério” várias vezes (Daniel 2:18-19,27-30,47). A palavra aparece mais uma vez, em Daniel 4:9. A grande maioria das ocorrências desta palavra no Novo Testamento fala do evangelho de Jesus Cristo. Paulo disse: “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos” (Romanos 16:25). Ele descreveu seu papel de apóstolo aos gentios: “...da qual me tornei ministro de acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus: o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós anunciamos” (Colossenses 1:25-28). Veja outros exemplos em Mateus 13:11; 1 Coríntios 2:7; 4:1; Efésios 1:9; 3:3,4,9; 6:19; Colossenses 2:2; 4:3; 1 Timóteo 3:9,16. No Apocalipse, “mistério” refere-se a aspectos das visões explicados a João (1:20; 17:5,7). Somente aqui tem o sentido mais amplo do “mistério de Deus”. O cumprimento do mistério de Deus, então, seria relacionado à divulgação do evangelho para salvar judeus e gentios, e ao estabelecimento do domínio de Cristo sobre as nações.
Deus já anunciou estes planos aos profetas. Quais profetas? Alguns comentaristas citam apenas profetas do Novo Testamento, como o próprio João. Mas, a Bíblia fala sobre os “servos, os profetas” 13 vezes no Velho Testamento antes de usar esta expressão duas vezes no Apocalipse (aqui e em 11:18). Não devemos descontar a importância de profecias do Velho Testamento na interpretação do mistério revelado no Apocalipse.
No Antigo Testamento, os “servos, os profetas” foram enviados para avisar o povo do perigo da desobediência (Esdras 9:10-12; Jeremias 7:25-28; 25:4-7) e dos castigos que Deus traria sobre os infiéis (2 Reis 17:23; Jeremias 26:4-6; 44:4-6).
De especial interesse são algumas profecias do Velho Testamento que olharam para o estabelecimento do reino de Jesus e a sua soberania sobre as nações. Ezequiel 36 e 37 profetizam da restauração de Israel, ou seja, do estabelecimento do reino de Cristo, Israel espiritual. Uma vez estabelecido, o reino seria ameaçado pelas nações, representadas pela multidão liderada por Gogue de Magogue. Mas Gogue não prevaleceria, pois o Senhor chamaria “contra Gogue a espada em todos os meus montes” e contenderia “com ele por meio da peste e do sangue; chuva inundante, grandes pedras de saraiva, fogo e enxofre....” (Ezequiel 38:21-22). O resultado destes castigos divinos: “Assim, eu me engrandecerei, vindicarei a minha santidade e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o SENHOR” (38:23). Davi disse que o estabelecimento do reino do Messias seria acompanhado por desafios e rebeliões dos gentios, povos, reis e príncipes, mas que o Rei os despedaçaria com sua vara de ferro (Salmo 2). Joel profetizou da vinda do Espírito (Joel 2:28-32), profecia esta cumprida a partir do Dia de Pentecostes (Atos 2:16-21). Logo em seguida, ele disse que as nações ameaçariam o povo de Deus (Israel espiritual) e seriam julgados por Deus no vale de Josafá ou vale da Decisão (Joel 3). Desta maneira, Deus venceria os inimigos e estabeleceria, em segurança, a sua habitação em Jerusalém (Joel 3:18-21). As comparações entre Joel 3 e vários temas do Apocalipse são inegáveis. Ainda mais óbvias são algumas comparações entre Daniel e o Apocalipse. O reino de Deus seria estabelecido durante o período do império romano e teria domínio eterno sobre todas as nações (Daniel 2:44). Daniel até profetiza sobre vários reis ou imperadores romanos, e especialmente sobre a derrota de um destes reis (7:7-11). Veremos mais sobre as ligações entre Daniel 7 e o Apocalipse em outras lições, especialmente quando chegamos ao capítulo 17.
O que podemos esperar, então, na sétima trombeta? Que será cumprida a missão de Jesus de se estabelecer como o soberano Rei, dominando as nações com a vara de ferro e despedaçando os inimigos rebeldes. Mas, antes de ouvir a sétima trombeta, ainda precisamos ver o resto das coisas que João viu no intervalo.

10:8 – A voz que ouvi, vinda do céu, estava de novo falando comigo e dizendo: Vai e toma o livro que se acha aberto na mão do anjo em pé sobre o mar e sobre a terra.

A voz que ouvi ... estava de novo falando comigo: A mesma voz do versículo 4. A primeira vez, esta voz proibiu que João escrevesse sobre os sete trovões. Esta vez, ela lhe dará outra instrução.
Vai e toma o livro que se acha aberto na mão do anjo: Já observamos vários pontos de contraste entre este livrinho e o livro do capítulo 5 (veja comentários sobre 10:2). Agora a voz manda João a tomar o livro da mão do anjo.
Anjo em pé sobre o mar e sobre a terra: Novamente, o narrativo destaca a posição deste anjo (cf. 10:2). Muito diferente do anjo caído do céu que abriu o poço do abismo, este anjo tem seus pés firmemente plantados sobre a terra e o mar. A estrela caída do céu dominou os gafanhotos durante cinco meses. O anjo forte no capítulo 10 pode garantir o cumprimento do plano de Deus. Que consolo saber que João recebe as suas ordens da mão deste anjo forte.

10:9 – Fui, pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele, então, me falou: Toma-o e devora-o; certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como mel.

Fui, pois, ao anjo, dizendo-lhe que me desse o livrinho: João foi obediente à voz do céu e foi pedir o livrinho.
Ele, então, me falou: Toma-o e devora-o: Esta cena é semelhante à de Ezequiel 2:8 - 3:6. No início do sexto século a.C., Ezequiel foi enviado como profeta à casa de Israel. O rolo do livro que ele comeu representou a sua incumbência como profeta. O sabor era doce, mas a tarefa difícil. O anjo avisou João que este livrinho seria doce na boca, mas amargo no estômago. João recebeu uma tarefa desagradável.

10:10 – Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo.

Tomei o livrinho ... e o devorei: João foi obediente. Ele não fez desculpas e não fugiu da sua missão. Comeu o livrinho.
Na minha boca, era doce como mel; quando, porém. O comi, o meu estômago ficou amargo: O livrinho foi exatamente como o anjo dissera. Veremos a amargura da missão de João no próximo versículo. O trabalho no reino do Senhor envolve esses dois aspectos. Traz uma grande alegria quando presenciamos as transformações de vidas que o evangelho causa. Por outro lado, o servo fiel tem a obrigação de avisar sobre as consequências da rejeição da palavra e sobre a punição preparada para os desobedientes. João não fugiu da sua responsabilidade, mas muitos pregadores hoje negligenciam o lado severo do evangelho e divulgam uma mensagem incompleta e desequilibrada. É muito mais agradável falar da bondade do que da severidade (Romanos 11:22). É bom falar sobre o perdão e a salvação (Hebreus 9:28), mas não devemos excluir a mensagem de vingança e castigo (Hebreus 10:26-31). Deus é santo, e assim não pode manter comunhão com o pecado. Ele é, também, amor, e quer salvar todos dos seus pecados. A tendência do homem é de exagerar um lado do caráter de Deus e diminuir a importância do outro, esquecendo que o mesmo Deus que oferece alívio tomará vingança e banirá de sua face os que não o conhecem ou que não o obedecem (2 Tessalonicenses 1:6-10).

10:11 – Então, me disseram: É necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis.

É necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis: Este versículo reforça o significado do livrinho. João é obrigado a profetizar sobre nações e reis. Já falou sobre pragas e castigos atingindo um número cada vez maior de pessoas, até causando a morte de grandes multidões. Mas tem mais pela frente. A difícil missão de João incluirá profecias sobre muitos povos.

Conclusão
O intervalo entre a sexta e a sétima trombetas enfatiza vários fatos importantes. Entre eles: 1. Deus e seus servos sempre são mais fortes do que o diabo e seus seguidores. O anjo forte do Senhor tem poder sobre a terra e o mar, enquanto o Destruidor recebeu autoridade por alguns meses sobre os gafanhotos. 2. Deus faz muito mais do que ele revela aos seus servos. Os sete trovões servem como exemplo. 3. A sétima trombeta anunciaria o cumprimento do mistério de Deus. 4. A missão do servo de Deus tem seu lado doce, mas inclui, também, a amargura de pregar a pessoas condenadas por sua rebeldia. No próximo capítulo, veremos mais duas cenas do intervalo antes de ouvir a sétima trombeta. 

 http://www.estudosdabiblia.net/b09_18.htm Acesso em 29/11/2016

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

MEDIR SIGNIFICA PROTEÇÃO ESPIRITUAL


https://i.ytimg.com/vi/BBC4pbuxHPE/hqdefault.jpg Acesso em 28/11/2016 às 22hr22

Zacarias 4:5-14

5 Respondeu-me o anjo que falava comigo, e me disse: Não sabes tu o que isso é? E eu disse: Não, meu senhor.
6 Ele me respondeu, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos.
7 Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel tornar-te-ás uma campina; e ele trará a pedra angular com aclamações: Graça, graça a ela.
8 Ainda me veio a palavra do Senhor, dizendo:
9 As mãos de Zorobabel têm lançado os alicerces desta casa; também as suas mãos a acabarão; e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a vos.
10 Ora, quem despreza o dia das coisas pequenas? pois estes sete se alegrarão, vendo o prumo na mão de Zorobabel. São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra.
11 Falei mais, e lhe perguntei: Que são estas duas oliveiras? Uma a direita e outra a esquerda do castiçal?
12 Segunda vez falei-lhe, perguntando: Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado?
13 Ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é isso? E eu disse: Não, meu senhor.
14 Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra. https://www.bibliaonline.com.br/aa/zc/4.



Santuário e as Duas Testemunhas (Apocalipse 11:1-13)

O intervalo entre as sexta e sétima trombetas continua no capítulo 11 com mais duas cenas que mostram a proteção divina para os fiéis. O povo é protegido, mas não totalmente. Ainda sofrerão as agressões dos inimigos e podem até morrer, mas a vitória final pertence aos santos de Deus.

A Ordem para Medir o Santuário (11:1-2)

11:1 – Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram;

Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara: João continua a sua participação ativa, recebendo um caniço para medir.
Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram: O relato de João aqui não oferece detalhes, mas nos lembra da medição do templo em Ezequiel 40-42. Observamos, na lição 18, a importância das mensagens dos profetas em relação ao cumprimento do mistério de Deus, notando que o contexto de Ezequiel 37-39 mostra o domínio do Messias sobre as nações. Em Ezequiel 40-42, o profeta assiste enquanto um homem mede o templo. A visão de Ezequiel mostra o povo de Deus restaurado à glória e à proteção de Deus, o qual volta ao templo no capítulo 43.
Zacarias 2:1-5 apresenta outra visão de medição, esta vez de Jerusalém. Como nos intervalos do Apocalipse, o propósito da visão de Zacarias é assegurar os fiéis da proteção divina: “Pois eu lhe serei, diz o SENHOR, um muro de fogo em redor e eu mesmo serei, no meio dela, a sua glória” (Zacarias 2:5).
Ao ouvir a ordem para medir o santuário, João e seus leitores, sem dúvida, lembrariam dessas passagens proféticas e do consolo que oferecem aos servos do Senhor.
O santuário de Deus, no Novo Testamento, é o povo do Senhor. Num texto que fala sobre a edificação da igreja, Paulo diz que os discípulos de Cristo são o santuário de Deus (1 Coríntios 3:16-17; cf. 2 Coríntios 6:16). A família de Deus, edificada sobre a pedra angular, é o “santuário dedicado ao Senhor” (Efésios 2:19-22). O templo não é um edifício feito com mãos, e sim uma casa espiritual (1 Timóteo 3:15). Esta casa espiritual é feita de pedras que vivem (1 Pedro 2:5-6).
João tira qualquer dúvida sobre o significado do santuário quando diz que a medição incluiria “os que naquele adoram”. Não se trata de medir uma estrutura física. Este templo é composto por adoradores, pessoas, os verdadeiros sacerdotes de Deus que adoram dentro do templo.

11:2 – mas deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa.

Deixa de parte o átrio exterior..., porque foi ele dado aos gentios: A ordem para medir não somente oferece consolo, fala também de santificação. Os adoradores dentro do santuário são separados dos gentios no átrio. A palavra traduzida “gentios” aparece 22 vezes no Apocalipse, normalmente traduzida “nações” ou “povos”. Várias vezes, refere-se aos gentios na carne ou às nações em geral, como pessoas que ouvem o evangelho e recebem a oportunidade de serem salvas (5:9; 7:9; 14:6; 21:24-26; 22:2). Da mesma forma que palavras como judeu, circuncisão e Israel, no Novo Testamento, passam a identificar os servos de Cristo (Romanos 2:28-29), a palavra gentios, às vezes, representa os que não conhecem a Deus (1 Tessalonicenses 4:5; 3 João 7). Assim, vivemos “no meio dos gentios” (1 Pedro 2:12), mas não andamos como eles andam (Efésios 4:17; 1 Pedro 4:3). Neste sentido, a palavra gentios ou nações, em algumas das citações no Apocalipse, refere-se aos ímpios. São as nações seduzidas por Satanás para pelejarem contra o povo de Deus (20:7-9). São as mesmas que impedem o sepultamento das duas testemunhas (11:9-10) e que se enfurecem contra os servos de Deus (11:18). As nações apóiam a meretriz, Babilônia (17:15), são seduzidas pela feitiçaria dela (18:23) e se prostituem com ela (18:3). Jesus, porém, domina as nações com o cetro de ferro (12:5; 19:15). Os vencedores participam do reinado dele sobre os povos (2:26-27; 20:4,6).
Quarenta e dois meses: Este período sempre representa um tempo relativamente breve de tribulação ou sofrimento. É o mesmo período de “tempo, tempos e a metade de um tempo” (12:14; Daniel 7:25), de 1.260 dias (11:3; 12:6) ou de “três anos e seis meses” (Tiago 5:17). É a metade de sete anos, que representaria um período completo.
Calcarão aos pés a cidade santa: Há diversas interpretações da cidade santa.
Pré-milenaristas geralmente explicam que a cidade santa é Jerusalém (terrestre) e que o templo será reconstruído naquela cidade para o cumprimento desta profecia. Enfrentam inúmeras dificuldades com esta interpretação, que descarta totalmente os limites de tempo encontrados do começo ao fim do Apocalipse.
Outros acreditam que o Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C. e que fala da destruição do templo e da cidade de Jerusalém pelos romanos. Citam Lucas 21:24, onde Jesus usou linguagem semelhante para falar sobre a destruição de Jerusalém. Uma vez que entendem a cidade literal, procuram uma explicação literal do tempo de 42 meses. Aqui a situação se complica. Frequentemente citam a duração da guerra entre os romanos e os judeus, dizendo que Nero enviou Vespasiano no início de 67 (fevereiro? – há dúvida sobre esta data) para vencer os judeus rebeldes e que o período de 42 meses termina com a destruição da cidade de Jerusalém em setembro de 70. Mas o exército romano não entrou em Jerusalém em 67. Vespasiano começou na direção de Jerusalém em 68, mas desistiu devido à morte de Nero. Tito cercou Jerusalém nos primeiros meses de 70, invadiu os muros por volta de abril ou maio, e destruiu a cidade em setembro. Assim, para dizer literalmente que calcaram aos pés a cidade literal de Jerusalém por 42 meses exige algumas explicações mais complicadas. Para defender esta posição é necessário, também, manter uma data para o Apocalipse antes de 70 d.C., contra outras evidências que ainda encontraremos.
O que é a cidade santa? Consideremos as evidências bíblicas. As expressões “cidade santa” ou “santa cidade”, em si, aparecem onze vezes na Bíblia. Neemias 11:1 e 18 identificam a cidade física de Jerusalém. Daniel chamou Jerusalém de “santa cidade” (9:24). Isaías repreende o povo de Israel que profanaram o nome da “santa cidade” (48:2). Mais tarde ele fala de “Jerusalém, cidade santa” (52:1). Lendo o capítulo todo, percebemos a ênfase na restauração espiritual do reino de Cristo sobre seu povo, da salvação que vem pela pregação do evangelho. Mateus usa esta expressão duas vezes (4:5; 27:53) para identificar a cidade literal de Jerusalém. As outras ocorrências se encontram no Apocalipse – aqui em 11:3, e algumas outras vezes no final do livro. Em 21:2, 10 e 22:19, ele claramente descreve o povo espiritual de Deus, a nova Jerusalém que desce do céu. Outras expressões semelhantes ajudam a entender este sentido espiritual. Apocalipse 3:12 fala da presença eterna do vencedor no “santuário do meu Deus” e na “cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu”. Paulo disse que a nossa mãe é a Jerusalém livre lá de cima e não a “Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos” (Gálatas 4:25-26). O autor de Hebreus disse: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial... e igreja dos primogênitos arrolados nos céus” (Hebreus 12:22-23).
Entendendo este sentido de Jerusalém espiritual ou celestial, como podemos entender estes primeiros versículos do capítulo 11? João mede o santuário de Deus, mostrando a intenção do Senhor de proteger o seu povo, mas ainda diz que a cidade santa será pisada pelos gentios durante três anos e meio. O povo fiel seria protegido, mesmo deixando a igreja ser perseguida por um período. Podem afligir a igreja, e até matar os corpos dos fiéis, mas não atingiriam os espíritos dos verdadeiros adoradores. “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma” (Mateus 10:28). A igreja pode ser calcada aos pés pelos perseguidores, mas eles nunca chegarão a destruir o santuário em si onde os sacerdotes adoram a Deus.
O Trabalho, a Morte e a Ressurreição das Duas Testemunhas (11:3-13)

11:3 – Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco.

Darei às minhas duas testemunhas que profetizem por mil duzentos e sessenta dias: A ordem vem de cima. As testemunhas profetizam pela autoridade de Deus.
Quem são as duas testemunhas? Comentaristas têm oferecido diversas respostas a esta pergunta. Alguns procuram personagens específicas, até sugerindo a volta à terra de pessoas do Velho Testamento (por exemplo, Moisés e Elias ou Enoque e Elias). Outros sugerem o Antigo e o Novo Testamentos. Alguns dizem que são a Lei (de Moisés) e os Profetas (veja Lucas 16:29,31; 24:27; Atos 13:15; 24:14; Romanos 3:21 e outras passagens que falam sobre a Lei e os Profetas, mas considere também comentários de Jesus mostrando que estas revelações do Antigo Testamento já seriam ultrapassadas pelo evangelho – Mateus 11:13; Lucas 16:16). Outras possibilidades incluem profetas e apóstolos (Lucas 11:49) ou o Espírito Santo e os apóstolos (João 15:26-27; Atos 5:32).
Por não ter uma identificação específica neste trecho, talvez a resposta melhor se encontra no próprio contexto. Os primeiros versículos do capítulo falaram sobre a igreja, o povo de Deus. Cristãos fiéis são descritos como testemunhas ou pessoas que dão testemunho em outros versículos do livro (2:13; 6:9; 12:11,17; 17:6; 19:10; 20:4). Veremos um pouco mais sobre as testemunhas no versículo 4.
O tempo do trabalho deles, 1.260 dias, é igual a 42 meses (11:2) ou três anos e meio (usando o calendário de 12 meses de 30 dias). Este período, a metade de sete anos, normalmente descreve um período de tribulação e sofrimento. Seria um trabalho difícil, cheio de angústia (veja o significado de pano de saco abaixo), mas seria temporário.
Vestidas de pano de saco: Pano de saco é a roupa de lamentação e angústia, sentimentos opostos à alegria (Salmo 30:11; 35:13; 69:11; Ezequiel 27:31; Joel 1:8). Jacó se vestiu de pano de saco quando lamentou a suposta morte de José (Gênesis 37:34). Quando Acabe ouviu a condenação de sua casa, ele se lamentou em pano de saco, um gesto de angústia e humildade (1 Reis 21:27-29). Pano de saco acompanha o arrependimento em várias outras citações bíblicas (Neemias 9:1-2; Jonas 3:6-8; Mateus 11:21; Lucas 10:13). Ezequias se vestiu de pano de saco quando buscou a libertação de Jerusalém diante da ameaça assíria (2 Reis 19:1-3). O pano de saco das duas testemunhas sugere a mensagem difícil e a lamentação delas em pronunciar a mensagem do Senhor, uma mensagem que certamente condenava os perversos.

11:4 – São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra.

São estas as duas oliveiras e os dois candeeiros que se acham em pé diante do Senhor da terra: Esta linguagem nos lembra da visão de Zacarias 4 (leia o capítulo). As duas oliveiras que alimentavam de azeite o candelabro são identificados como “os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra” (4:14). No Velho Testamento, sacerdotes e reis foram ungidos (Levítico 8:12,30; 1 Samuel 10:1; 16:1,13). No Novo Testamento, os cristãos são o “reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai” (1:6), o “sacerdócio real” (1 Pedro 2:9). Apoiando a interpretação das duas testemunhas como a igreja é a expressão acrescentada aqui, “os dois candeeiros”. No Apocalipse, os candeeiros representam as igrejas (1:20). Os candeeiros no templo sempre ficavam acesos diante de Deus, como os cristãos brilham diante do Senhor como a luz do mundo (Mateus 5:14-16; Efésios 5:8;1 Tessalonicenses 5:5).

11:5 – Se alguém pretende causar-lhes dano, sai fogo da sua boca e devora os inimigos; sim, se alguém pretender causar-lhes dano, certamente, deve morrer.

Se alguém pretende causar-lhes dano: Agora entram os perseguidores, aqueles que queriam causar danos aos servos de Deus.
Sai fogo da sua boca e devora os inimigos: É uma visão num livro que emprega uma grande variedade de símbolos. O fogo da boca das testemunhas não é literal, mas representa o poder dos servos de Deus de persistir no seu trabalho, apesar da oposição dos inimigos. A figura nos lembra de vários profetas do Velho Testamento. Moisés e Arão enfrentaram seus adversários no Egito com uma série de pragas devastadoras (Êxodo 7-12). Quando Acazias, rei de Israel, tentou prender Elias, fogo desceu do céu e consumiu os soldados do rei (2 Reis 1:1-14). Os servos de Nabucodonosor que tentaram matar os amigos de Daniel foram consumidos pelo fogo da fornalha (Daniel 3:19-22). Deus está com as testemunhas e lhes dará a vitória. Os adversários devem morrer. Sabemos que a perseguição começou pouco tempo depois do início da igreja. Alguns discípulos foram presos, e alguns morreram (Estêvão – Atos 7; Tiago – Atos 12; etc.). Mas o trabalho da divulgação do evangelho continuou praticamente sem empecilho, e a palavra circulou pelo mundo inteiro nas primeiras três décadas (veja Colossenses 1:23).

11:6 – Elas têm autoridade para fechar o céu, para que não chova durante os dias em que profetizarem. Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos, tantas vezes quantas quiserem.

Elas têm autoridade para fechar o céu: Como fez Elias durante o reinado de Acabe (1 Reis 17:1; Tiago 5:17-18).
Têm autoridade também sobre as águas, para convertê-las em sangue, bem como para ferir a terra com toda sorte de flagelos: Como fizeram Moisés e Arão no Egito (Êxodo 7-12).
Deus equipa seus servos com poder para vencer os inimigos. Deus agiu durante o ministério dos apóstolos através de milagres que demonstraram o poder divino e confundiram os inimigos (Atos 5:17-21; 12:6-24; 16:23-26; 19:13-17). Paulo cegou Elimas, um “inimigo de toda a justiça” (Atos 13:9-11) e expulsou o espírito adivinhador da jovem em Filipos (Atos 16:16-18). O período apostólico foi caracterizado pelo crescimento do evangelho: “Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus” (Atos 4:33). “Crescia a palavra de Deus” (Atos 6:7). “Assim, a palavra do Senhor crescia e prevaleceu poderosamente” (Atos 19:20). O maior poder dado aos discípulos vem da própria palavra pregada. O evangelho “é o poder de Deus para a salvação” (Romanos 1:16). As armas espirituais são “poderosas em Deus, para destruir fortalezas...e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus” (2 Coríntios 10:3-6). A palavra de Deus é “a espada do Espírito”, usada “contra as forças espirituais do mal” (Efésios 6:10-17). Esta espada é “mais cortante do que qualquer espada de dois gumes” (Hebreus 4:12).

11:7 – Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá, e matará,

Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar: Este trecho obviamente não fala do término final da missão da igreja, pois já usou a figura de um período curto (1.260 dias). Chegando ao ponto determinado por Deus, e tendo cumprido a sua responsabilidade de testemunhar, Deus permitiria que a cena continuasse. Embora tenhamos sempre trabalho para fazer, é possível encerrar uma determinada missão (Lucas 10:10-12; Atos 13:46-47). Deus determinou uma missão de tempo limitado para os seus servos, e deixou o inimigo mostrar seu poder limitado somente quando a missão fosse encerrada.
A besta que surge do abismo pelejará contra elas, e as vencerá e matará: Esta besta se tornará importante nos próximos capítulos. Ela sobe do mar (13:1) ou do abismo (11:7; 17:8) e peleja contra os santos e os vence (13:7). Mas a sua vitória não é final nem completa, pois será vencida pelo Cordeiro e seus servos (17:12-14). Aqui, porém, a besta aparece e, por enquanto, vence as testemunhas do Senhor.

11:8 – e o seu cadáver ficará estirado na praça da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado.

E o seu cadáver ficará estirado na praça: O cadáver (cadáveres – 11:9) das testemunhas não é tratado com nenhum respeito pela besta e seus servos. Os corpos ficam na rua como troféus da vitória sobre os fiéis (veja o desrespeito mostrado pelos filisteus quando mataram Saul – 1 Samuel 31:8-10).
Da grande cidade que, espiritualmente, se chama Sodoma e Egito, onde também o seu Senhor foi crucificado: Este versículo é um dos mais polêmicos do livro. Qual cidade? É uma cidade específica, ou linguagem que representa algo maior? Claramente a descrição usa linguagem simbólica, pois qualquer interpretação literal cairia em diversas contradições. Sodoma foi destruída há milhares de anos. Egito é um país, não apenas uma cidade. Jesus foi crucificado em Jerusalém, nem em Sodoma e nem no Egito. O que estes símbolos representam?
Sodoma e Egito aparecem somente neste versículo no livro do Apocalipse, mas são citados frequentemente em outros livros da Bíblia. Vamos ver o significado destes lugares.
Sodoma: Depois de sua destruição (Gênesis 19), Sodoma serve como exemplo de destruição e castigo divino, ou de pecado aberto e perversidade exagerada. “...como Sodoma, publicam o seu pecado e não o encobrem. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos” (Isaías 3:9). “Porque maior é a maldade da filha do meu povo do que o pecado de Sodoma, que foi subvertida como num momento, sem o emprego de mãos nenhumas” (Lamentações 4:6). “...como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição” (Judas 7). Veja também: Deuteronômio 32:32-33; Isaías 1:9-10. Sodoma seguramente representa pecadores que merecem castigo.
Egito: Muitas citações bíblicas referem-se à nação ou à terra do Egito. Quando usado simbolicamente, o Egito sugere pecado, idolatria, imundícia, escravidão e rejeição de Deus. Quando o povo de Israel chegou à terra prometida e fez a circuncisão dos homens, Deus disse: “Hoje, removi o opróbrio do Egito” (Josué 5:9). A terra do Egito foi conhecida como a casa da servidão (Josué 24:17; Judas 5), uma figura empregada no Novo Testamento para descrever a escravidão ao pecado (Atos 7:39-40; Hebreus 3:16 e, implicitamente, em 1 Coríntios 10:1). O Egito oprimiu o povo de Deus, e serve como uma figura apropriada dos perversos que oprimiam e perseguiam os cristãos na época de João.
Sodoma e Egito, então, representam as idéias de pecado, perversidade, rejeição de Deus e opressão dos fiéis. Resumindo, representam a sociedade ímpia que se colocou em oposição ao povo do Senhor, perseguindo os servos de Jesus. E a terceira descrição? O que quer dizer “onde também o Senhor foi crucificado”? Algumas pessoas, mesmo aceitando o significado simbólico de Sodoma e Egito, sugerem uma interpretação literal desta frase e concluem que Jerusalém fosse um dos principais objetos da ira de Deus no Apocalipse. É claro que Jesus foi crucificado em (ou perto de) Jerusalém. Mas, num sentido maior, ele foi crucificado pelo mundo – pelo povo ímpio – que não o aceitou. O relato do evangelho do mesmo autor destaca esta rejeição pelo mundo, não somente por Jerusalém: “O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu” (João 1:10). É interessante observar que mais de um terço das ocorrências da palavra “mundo” na Bíblia toda se encontram nos livros de João. A vitória aparente do mal sobre Jesus trouxe tristeza aos discípulos e alegria ao mundo (João 16:19-20). O lugar onde o Senhor foi crucificado foi no mundo, no meio de uma sociedade rebelde que o rejeitou porque preferia permanecer nas trevas. A mesma sociedade que odiava o Mestre, também odiaria os discípulos: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim” (João 15:18). Regozijaram-se na vitória aparente sobre Jesus, e fariam uma grande festa quando vencerem, aparentemente, as testemunhas dele. Mas nenhuma das duas vitórias foi real.

11:9 – Então, muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas, por três dias e meio, e não permitem que esses cadáveres sejam sepultados.

Muitos dentre os povos, tribos, línguas e nações contemplam os cadáveres das duas testemunhas: Pessoas de todas as nações, ou seja, pessoas do mundo em geral, contemplam os corpos mortos das testemunhas do Senhor. A descrição usada aqui é quase a mesma encontrada algumas outras vezes no livro para identificar a sociedade em geral, ou as pessoas de diversas nações. A grande multidão que adora a Deus diante do trono vem de “todas as nações, tribos, povos e línguas” (7:9). João foi encarregado de profetizar “a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis” (10:11). A meretriz Babilônia se assenta sobre “povos, multidões, nações e línguas” (17:15). Esta linguagem denomina as pessoas do mundo ou da sociedade em geral. Algumas dessas pessoas aceitam as bênçãos que vêm pelo descendente de Abraão e, assim, fazem parte da multidão de adoradores diante do trono. Outras seguem a meretriz e se regozijam com as vitórias passageiras sobre os servos do Senhor. Muitos (mas não todos – 7:9) dentre os povos olham para os corpos dos servos mortos.
Por três dias e meio: Não há dúvida. Estão mortas. Os corpos já estariam com o mal cheiro da decomposição. Mas há mais aqui. Três dias e meio, a metade de sete dias, novamente representa um período curto, um tempo de angústia para os fiéis que sofrem das perseguições. Mas, a “vitória” da besta não dura por muito tempo. Somente as pessoas com miopia espiritual serão enganadas por esta falsa vitória.
E não permitem que esses cadáveres sejam sepultados: Os ímpios querem o proveito máximo desta “vitória” sobre os servos de Deus. Deixam os corpos expostos para mostrar o seu poder sobre os justos. O que eles não entendem, ainda, é que a morte não é o fim para os servos de Deus. Os vencedores não sofrem “dano da segunda morte” (2:11). Também não entendem como o orgulho da festa desta falsa vitória ajudará a salientar a vitória verdadeira dos servos do Senhor. O que acontecerá nos versículos 11 e 12 será visível a todos!

11:10 – Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles, realizarão festas e enviarão presentes uns aos outros, porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra.

Os que habitam sobre a terra se alegram por causa deles: Quando a besta mata os servos do Senhor, os ímpios fazem a festa. A prática de enviar presentes é uma maneira de expressar alegria em ocasiões especiais (veja Neemias 8:9-10). Aqui, os perversos fazem uma festa de vitória. Há uma verdadeira guerra, uma luta entre o bem e o mal, e os malfeitores se regozijam com qualquer vitória, mesmo de pouca duração, sobre o bem. Frequentemente, os ímpios acham que suas “vitórias” sirvam para libertar pessoas oprimidas por regras desnecessárias de religiões ultrapassadas. Oferecem a liberdade para satisfazer qualquer desejo sexual, ou a liberdade para tirar a vida de crianças antes de elas nascerem, ou a liberdade para exigir o respeito de outros mesmo quando praticam coisas que desprezam os princípios de decência daqueles que seguem a Deus. Prometem liberdade, mas são escravos da corrupção (2 Pedro 2:19).
Porquanto esses dois profetas atormentaram os que moram sobre a terra: Aqui revela o motivo do assassinato. Os dois profetas atormentaram os ímpios. Como? Eles pregaram a verdade! A palavra de Deus atormenta os malfeitores, tirando o sossego daqueles que recusam se submeterem ao Senhor. Este é o lado amargo da pregação do evangelho. Por isso, os pregadores fiéis são odiados pelo mundo (Mateus 10:22). Paulo sofreu perseguições e avisou que os piedosos seriam perseguidos por homens perversos (2 Timóteo 3:10-13).

11:11 – Mas, depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus, neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés, e àqueles que os viram sobreveio grande medo;

Depois dos três dias e meio, um espírito de vida, vindo da parte de Deus: Foram três anos e meio de profecia e três dias e meio de falsa vitória dos ímpios antes da vitória real das testemunhas de Deus. O Senhor manda um espírito de vida, pois ele é a verdadeira e única fonte de vida. Um tema constante nas Escrituras é o contraste entre a vida e a morte (Deuteronômio 30:15; Mateus 7:13-14; etc.). A vida é sempre ligada a Deus, e a morte sempre ligada ao pecado. A palavra vida aparece mais nos livros de João do que nos escritos de qualquer outro autor no Novo Testamento. João emprega esta palavra com um rico significado espiritual, a partir do prólogo de seu evangelho: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (João 1:4). A vida própria é uma qualidade divina: “Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo” (João 5:26). Jesus oferece a vida aos homens, dizendo: “Eu sou o pão da vida” (João 6:48) e oferecendo a água viva (João 4:10-11). Acrescenta: “Eu lhes dou a vida eterna” (João 10:28) e “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11:25). Resumindo o seu papel essencial para a salvação dos homens, ele diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6). “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17:3). Na sua primeira carta, João descreve Jesus como o “Verbo da vida” (1:1) e o identifica como “a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada” (1:2). Sem o Pai e o Filho, a vida se torna impossível: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (5:11-12).
Paulo desenvolveu o mesmo tema em diversos comentários nas suas cartas: “...a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória” (Colossenses 3:3-4). Ele disse que Jesus “...não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho” (2 Timóteo 1:10).
A vida vem de Deus.
Neles penetrou, e eles se ergueram sobre os pés: O espírito de vida enviado por Deus ressuscitou as testemunhas. A vitória da besta e dos perversos acabou! Que conforto aos discípulos do Senhor na Ásia ou em outros lugares onde a perseguição ameaçava matá-los! Poderiam até morrer, mas a morte não teria a vitória final sobre os fiéis. Eles são os vencedores (2:11). Este versículo serve para encorajar os servos de Deus em qualquer época, enfrentando qualquer ameaça do inimigo. Podem sofrer; podem até morrer. Mas, no final, ficarão de pé, vitoriosos!
E àqueles que os viram, sobreveio grande medo: A festa acabou! A vitória dos ímpios não durou, era falsa. Agora os perversos percebem que seu adversário é realmente invencível. Nem a morte segura os servos de Jesus! “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?.... Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Coríntios 15:55-57). Os perseguidores têm todo motivo para sentir medo. Perderão!

11:12 – e as duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui. E subiram ao céu numa nuvem, e os seus inimigos as contemplaram.

As duas testemunhas ouviram grande voz vinda do céu, dizendo-lhes: Subi para aqui: Mais uma grande voz. As testemunhas ouviram esta voz, mas não sabemos se os adversários a ouviram. A voz chamou os servos vitoriosos a subirem para o céu. Missão cumprida!
E subiram ao céu numa nuvem: Sobre o significado de nuvens, veja os comentários na lição 18 sobre 10:1. As testemunhas, depois de sua ressurreição, subiram como Jesus subiu (Atos 1:9). Na segunda vinda de Jesus, os fiéis subirão “entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares” (1 Tessalonicenses 4:17).
E os seus inimigos as contemplaram: Que cena triste para os inimigos de Deus. As testemunhas, não contidas pela morte, agora somem de vez. A besta que surgiu do abismo e parecia tão forte se mostra incapaz de vencer os servos de Deus. O resto do livro mostrará, com mais detalhes, esta certeza da vitória dos fiéis sobre seus adversários ímpios. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?” (1 João 5:4-5).

11:13 – Naquela hora, houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas, ao passo que as outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu.

Houve grande terremoto, e ruiu a décima parte da cidade, e morreram, nesse terremoto, sete mil pessoas: Já encontramos terremotos como símbolos do castigo divino. Este terremoto afeta a décima parte da cidade e causa a morte de 7.000 pessoas. Como as primeiras trombetas, este castigo também não é final e total, mas a retirada das testemunhas de Deus traz consequências graves para a cidade mundana, a sociedade dos ímpios.
As outras ficaram sobremodo aterrorizadas e deram glória ao Deus do céu: Ficaram com medo, mas o texto não diz que se converteram. Nabucodonosor, impressionado com a interpretação do seu sonho por Daniel, reconheceu o Senhor como “o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis” (Daniel 2:47) mas ainda fez a sua imagem de ouro e exigiu que os homens a adorassem (Daniel 3) e se exaltou ao ponto de ser humilhado por Deus (Daniel 4). É possível dar glória a Deus sem se converter a ele.

Conclusão
Antes de completar a série de sete trombetas, Deus frisou vários fatos importantes nas cenas do intervalo. Além dos pontos observados na lição 18 (capítulo 10), observamos mais estes fatos: 
1. Deus identifica (mede) e protege o seu povo mas, ao mesmo tempo, 2. Ele deixa os ímpios pisar, perseguir e até matar os seus servos. 3. No final, os fiéis terão a vitória e os perversos serão totalmente derrotados. Na próxima lição, ouviremos a sétima trombeta. Se as primeiras seis já demonstraram o poder de Deus por meio de castigos severos, podemos imaginar o que vem pela frente.

http://www.estudosdabiblia.net/b09_19.htm ACESSO EM 29/11/2016